terça-feira, 10 de setembro de 2019

Crenças JK e viver

( publicado em 4/09/19 https://www.facebook.com/tesaosolarium/posts/3005472402856247 )

O viver é a conciliação do caos e ordem. De conciliar um corpo que controlo parte dele, como meus músculos e ações decorrentes disso, com um descontrole maior tanto interno como externo, pois respondem a causas e efeitos que não controlei.
No Jogo Teso ITTAPA procuro navegar de forma dantes não navegadas por minha carcaça no viver. No aspecto político partidário, possuo uma crença e descrença, ou seja, já vivi muitos anos muna opção de isenção partidária, ao aplicar o anarquismo radicalmente no meu viver, inclusive nas eleições. Mas uma evolução dentro mesmo do anarquismo me permitiu ver a indiferença entre voto e não voto, e aceitar a opção do voto também como uma extensão do meu anarquismo. Dessa forma, quase sempre fiquei ao lado, do que a limitação das palavras e descontextualização da vida chama de esquerda. Mas em algumas questões por manter meu livre pensar, essa massa da esquerda, me nomeava de direita... Como sempre pautei meu viver no meu corpo e decisões, sempre procurei ser menos influenciado pelas críticas alheias e não procuro me justificar com meus atos, mas propagar pra poder servir de exemplo a quem queira, principalmente a meus filhos...
Antes de descobrir a riqueza e potência do anarquismo, me identificava com o PDT do Brizola, pela sua crítica ao sistema, seu valor a educação e seus aliados como Darcy Ribeiro. Meu último voto na vida foi ao Lula no 2º turno, pelo apoio do Brizola. Pois sempre desconfiei do Partido dos Trabalhadores, pois pra mim, trabalho vem de tripalium, e sou contra torturas, mesmo tendo 'direito'' a férias ocasionais....rs (claro que jogo aqui com as palavras, pois o buraco é sempre mais abaixo que é possível descrever, e minha crítica vinha de ver as propostas e práticas do que acontecia na época, à minha percepção)
Assim, nunca trabalhei formalmente, minha carteira de trabalho só consta estágio de arquitetura, e curiosamente hoje não me arrependo de nunca ter pago a previdência, pois a massa da população escolheu políticos que avisaram que iam acabar com a previdência, assim estou tão desassistido nessa área como a massa que contribuiu por décadas. (acredito em produção criativa, assim explico que nunca trabalhei, mas nunca dependi de papai em mesadas ou heranças, ou companheira; ou os momentos eventuais de empréstimos ou contribuição familiar foram bem menores que minhas contribuições)
Enfim, meu jogo nas crenças em política partidária é um pouco a visão do Jiddu abaixo. Partido obviamente significa dividido, que não está inteiro. Mas em 2018, acompanhei DE DENTRO a política partidária nas eleições presidenciais, não um dentro da política, mas um dentro de me jogar a estudar e acompanhar, ler e ver vídeos, justamente pois não escravizo meu TEMPO com trabalhos-forçados-disfarçados-de-dignidade-pra-alienar as pessoas, tive tempo de ouvir as propostas e cheguei a quase óbvia conclusão que o Ciro do PDT era o melhor.
Assim fiz minha campanha pessoal e virtual, mas como sou um cara queimado as pessoas em geral, pois as pessoas procuram poder disfarçados de dinheiro, salários, ou aceitação social em aceitar consensos de modismo, sou um crítico e provocador, mais pelo meu viver, mas por consequência no meu relacionar e redes sociais....rs
Curiosa espiral da vida, de Brizola a Ciro, e hoje tenho uma sensação que o jogo das manipulações das massas vão confirmar que certas coisas não mudam, e o Ciro por ser o melhor, nunca será presidente do Brasil, o PT da Gleise e sua manada de lulopetistas (que chamo de petistasminions) já anunciou que deseja em 2022 Bozo x PT. pra repetir a tragédia do Bozo se reeleger ou uma tragédia que pode ser pior ainda, a volta do PT e seu esquema partidão-senhor da verdade de volta. Eu já acho que a marionete do Bozo não aguenta até lá, e vai acabar dando PT x Dória ou Witzel....
Ou seja, depois de anos e anos sendo otimista e trabalhando como terapeuta, me vejo um pessimista (no plano social do que chamam de Brasil) e acho que teremos umas décadas de decadência em lideranças nacionais.
Mas como acredito em meu viver e no potencial humano, apesar de ver claramente as forças óbvias dos memes falsos nas ideologias cotidianas, sigo meu caminho raulzitamente sabendo que não sei pra onde vou mas sei que tou no meu caminho. Nisso mantenho o norte da SOMA_EU sendo construído nesse Jogo Teso ITTAPA que significa meu trilhar e adequar produção, propriedade, pensar e socializar....
#Ciro2022
#SOMA_EU
#6vsv
#TesoITTAPA 


"A crença não produz a cooperação; pelo contrário, a crença divide."
[...]
Enquanto não desfizermos estas barreiras, que constituem uma automistificação, que nos dão uma certa vitalidade, não será possível nenhuma cooperação entre nós. Pela identificação com um grupo, com uma dada idéia, uma determinada nação, nunca chegaremos á cooperação.
A crença não produz a cooperação; pelo contrário, a crença divide. Vemos um partido político contra outro, cada um deles acreditando num determinado método de atender os problemas econômicos e, consequentemente, todos em guerra entre si. Não estão decididos a solucionar o problema da fome, por exemplo. Interessam-se pelas teorias que irão resolver aquele problema. Não lhes interessa na realidade o problema, mas, sim, apenas o método pelo qual o problema se resolverá. Por isso, tem de haver luta entre os dois, porque o que lhes interessa é a idéia e não o problema. De modo idêntico, os indivíduos religiosos estão uns contra os outros, embora, verbalmente, proclamem que tem uma só vida, um só Deus; você sabe tudo isso. Entretanto, no íntimo, as suas crenças, as suas opiniões, as suas experiências os estão destruindo e mantendo separados.
A experiência, pois, torna-se um fator de divisão em nossas relações, a experiência é um meio de mistificação. Se experimento uma coisa, a ela me apego; não procuro investigar todo o problema relativo ao processo de "experimentar"; mas, porque experimentei, tanto basta, e por isso me apego à experiência e, consequentemente, por meio dessa experiência, me imponho a automistificação. Nossa dificuldade, pois, é que cada um de nós está de tal modo identificado com uma determinada crença, com uma determinada forma ou método de promover a felicidade, o ajustamento econômico, que nossa mente está tomada por essa coisa e nos é impossível entrar mais profundamente no problema; por esse motivo, desejamos permanecer à parte, individualisticamente, com nossas peculiares maneiras de proceder, nossas crenças e experiências. Enquanto não dissolvermos e compreendermos essas coisas, não só no nível superficial, mas no nível mais profundo, não pode haver paz no mundo. Eis porque importa muito que aqueles que se sentem realmente interessados compreendam integralmente este problema — o desejo de vir-a-ser, de realizar, de ganhar — não só no nível superficial, mas fundamental e profundamente; de outro modo, não há possibilidade de paz no mundo.[...]

(Krishnamurti - Quando o Pensamento Cessa - pág. 187 à 193)


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