quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

2013 - Ano Interessante -

20.02.2013 - Eita 2013 interessante...
Já nasce sobrevivendo da mítica que houve sobre destruição do homem em 2012, claro que por suas falsas interpretações, mas que acaba gerando uma energia proveniente do comportamento das pessoas que viviam aquela realidade.
Quase que ao mesmo tempo da passagem do meteoro esperado a passar raspando no planeta, surgem meteoritos que caem em Cuba e Rússia, nesse com bastante alarde, e muitos crendo desde OVNI, desde teste de armamentos da Rússia ou EUA.
Somado a minha vida pessoal que vive mudanças estruturais, considero esse ano,
bem interessante.
Talvez essa especulação do bicho homem, de ser extinto por uma causa externa a sua responsabilidade, reflita somente a incapacidade do homem de perceber a sua própria responsabilidade no cotidiano.
Simplificando a noção de GAIA, somos um corpo vivo em forma de planeta. E assim como sabemos que nosso corpo e ego são únicos e autônomos, mas temos órgãos, tecidos e células que sabemos vivas, que podem ser transplantados, mantendo uma vida em outro corpo (como transplantes de órgãos, tecidos e células).
Toda evolução da vida se deu a partir do encontro entre seres diferentes que podendo se unir, criariam benefícios que justificaria a fusão-casamento-associações. Assim, nascemos células, depois fomos criando corpos variados até a chegar as divisões que nossa cultura possibilitou perceber e catalogar: plantas e animais.
Isso só aconteceu por simbiose ou apoio mútuo.
Mas a diversidade biológica também acontece pelo fato dos novos seres saberem conviver com os antigos, os não evoluídos, pois eles são sua base e ancestralidade, nossos pais (a evolução de cada espécie) e nossas mães (a evolução de todo o contexto: superfície da terra e somatória dos seres que compõe o ambiente, ou seja, a natureza - da qual o homem é uma pequena parte).
Assim, se por um lado a evolução nos possibilitou chegar ao que somos, a guerra e o conflito nos moldaram historicamente, pois também é uma necessidade de crescimento e descoberta e definição dos limites. Limites que separam o que está fora e dentro de uma célula (ecologia subjetiva no caso do homem), limites que separam o que está fora e dentro de um tecido (ecologia social) e o que está dentro e fora de um órgão (ecologia ambiental).

Enfim, fiz essa minha viagem comparativa pra colocar que a GAIA pode ser encarada como uma vida humana, como um corpo.
Assim, sabemos que vamos morrer no plano individual, como pessoas. Muitos já descobriram que isso também vai acontecer inevitavelmente pelo futuro apagar do Sol. Ou, numa crença que possamos criar uma vida independente do Sol, ou que possamos enquanto espécie poder migrar de planeta criando tecnologias pra isso.
Mas tirando especulações, quando o Sol apagar e explodir - daqui a BILHÕES de anos, a vida da Terra, o corpo-planeta morre. A GAIA morre.

Até aí, os conscientes (pois os inconscientes acreditam na eternidade da espécie e planeta, pois tudo foi criado por Deus, e quando esse mudar de humor ou for a hora, acabará tudo e teremos o julgamento final - veja que historicamente esses foram diminuindo em relação aos que se conscientizaram das ações e criaram com isso a tecnologia) sabem que o planeta-corpo irá morrer, mas imaginam que depois de muuito tempo, assim não será em sua vida-corpo e sim dos seus filhos e descendentes (se esses não usarem as 2 opções acima descritas).

Mas nessa ingenuidade, esquece-se que pensar assim, é pensar que todos morreremos de velhice, ou seja seguiremos até o nosso limite e morreremos depois de fechar os ciclos da idade. Mas essa comparação que faço, seque em dois sentidos:

A grande maioria das pessoas não morre de velhice, seja de acidentes inesperados externos que podem matar, seja da construção interna de adoecer (sempre fruto do não saber lidar com suas necessidades de alimentação e comportamento) e morrer por doenças variadas e múltiplas.
Assim, o planeta-vida-GAIA pode não morrer de coisas externas (meteoritos), mas de algo interno, como o próprio homem e suas guerras, como essahttp://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/na-onu-coreia-do-norte-ameaca-coreia-do-sul-com-destruicao-final.html(ou outra qualquer).
Podem acontecer cataclismas internos do planeta, como tsunamis e terremotos (que numa interpretação romântica é como se a própria GAIA nos quisesse matar enquanto espécie, por nos considerar um tipo de vírus-parasita . E que ao nos matar, simplesmente estaria eliminando algo pra se proteger e tentar morrer de velhice...


Se preocupar com o INEVITÁVEL, algo que está fora do nosso controle, como MEDO de fim do mundo, medo de meteoro, medo de guerra mundial, medo de juizo final, medo de doença, é uma possibilidade cultural e do nosso pensamento. Por isso pensamos, como seres que evoluímos pra isso e podemos fazer isso, pensar na nossa morte, nossa não existência e hesitarmos, pararmos, congelarmos fisicamente. Isso é sensação do medo. Mas como a vida é flui, se movimentar, rompemos com essa paralisia, isso pode levar milésimos de segundos ou uma vida inteira.
Ou seja, o medo é inevitável e fundamental pra nossa existência. É o que nos faz proteger nosso corpo-vida. Mas a REPETIÇÃO do medo, pode gerar um gasto energético com a situação, e isso se torna a cristalização do medo, chamado de medo do medo. AÍ A COISA SE TORNA INTERESSANTE, POIS É AÍ QUE APARECE A ÉTICA INDIVIDUAL DE OPÇÃO. Se queremos romper com o medo, lutando contra ele, ou se submeter cristalizando e aceitando o medo, desistindo, fazemos assim a gênese do câncer, o início da auto-destruição. Isso acontece internamente e externamente.
Acontece na espécie humana no nível social (tecido) e no nível ambiental (órgão): a destruição do homem pelo homem, guerras e assassinatos (tecido) e a destruição do meio ambiente, como árvores, índios, poluição das águas e não reciclar seu lixo (órgão), MAS TUDO ISSO REVERBERA NO INÍCIO, NA EDUCAÇÃO seguida da não-ruptura-com-a-educação-passada, ou seja existe a reverberação de aceitação do meu próprio corpo e ser, necessidades e desejos, que formam o comportamento individual de cada um com seu potencial de viver AMOR e PRODUÇÃO no cotidiano (tudo isso é a célula). Isso foi tb, um resumo das 3 ecologias de Felix Gatarri, Freire e Takeguma.

Assim, esse ano tá interessante. Pode acabar a qualquer instante, podem acontecer cataclismas anunciados de várias fontes não consensuais entre si, ou pode acontecer nada e ficar aquele hiato de decepção inclusive. Enfim, a questão é que o mundo de quem não consegue LUTAR pra se realizar plenamente e independentemente, mas coletivamente, socialmente e naturalmente, tudo ao mesmo tempo. Agora.
2013.
Vamos VIVER, fluir, sentir, ou seja AMAR, ser criança, estar no agora, interagir, competir consigo e solidarizar no social. Falar genérico assim, é extremamente necessário, pois serve pra quem necessita vestir a carapuça, como uma borracheira boa de insights; e que é descartado por quem está no momento em que a necessidade é a NEGAÇÃO RESPONSÁVEL do outro ou de uma situação, pois pra quem tá embaixo e submisso, a necessidade é SEMPRE de indignação e ação estratégica.
Quem sobrevive a si mesmo (célula), fortalece e necessita de um ambiente que aconteça esse viver (tecido) e um contexto, natureza, planeta que nos forneça abrigo, alimento (órgão), tudo isso fortalecerá nosso corpo-GAIA, e poderemos assim, morrer de velhice, ou antes disso conhecer outros GAIA-planetas-seres nesse devir geral que chamamos de tempo e vida.
Escrito por Rui Takeguma, na Vila Formosa, Sampa, 07:36 da matina, vou pra cama agora...


comentários no Facebook:

Rui Takeguma http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/na-onu-coreia-do-norte-ameaca-coreia-do-sul-com-destruicao-final.html

Lucas Salazar Percebo essa expectativa/ansiedade generalizada de mudanças súbitas que a gente vê nas pessoas (seja de uma intervençao cataclismica natural, ou de uma intervençao extraterrestre, ou de uma intervençao divina, ou seja lá de que origem for) como uma forma secundaria de viver a vida estando ao mesmo tempo alienado ao fluxo da vida. Toda essa expectativa/ansiedade é um sintoma do quanto o bicho homem vive mal, negando sua origem animal e sua evoluçao cultural. Como vc disse "Talvez essa especulação do bicho homem, de ser extinto por uma causa externa a sua responsabilidade, reflita somente a incapacidade do homem de perceber a sua própria responsabilidade no cotidiano."

As vezes me passa pela cabeça que a invençao da linguagem, o que levou o homo sapiens a INVENTAR-SE E FAZER-SE HUMANO, o levou tbm a se ver separado da natureza (claro que nem todas as culturas primitivas se viam assim, umas mais outras menos viviam integradas a natureza) e a ver o fluxo natural como algo estranho. A historia do patriarcado é a historia do humano voltando-se contra si proprio, voltando contra sua propria vida... Sua autodestruçao é o limite da alienaçao, seja a nivel celular (câncer) ou nivel social/ambiental (extinçao da especie). 


Acho sua comparaçao entre a vida do homem e a vida do planeta (Gaia) muito boa. Pq apesar de podermos, na linguagem, distinguirmos a nós e a nossa vida (seja vida individual ou social) da vida do planeta, na verdade a vida é uma só, A VIDA É UM FENÔMENO ÚNICO, NATURAL E PLANETÁRIO, em que nós homo sapiens sapiens somos uma entre uma infinidade de formas desse fenômeno se manifestar. Daí nao me estranha tantas versoes misticas e esotericas para o 'retorno a origem', 'retorno ao divino', 'conexao com a energia primordial', 'retorno ao paraiso', 'todos somos uno' etc... 

O anseio do animal humano nada mais é do que anseio de vida, mas ele nao percebe pq vive alienado a esse impulso de vida e daí se perde em palavras e racionalizaçoes que o afasta mais e mais desse fluxo natural... O conflito entre esse impulso natural de vida e a cultura que nega e reprime esse impulso sao as guerras e o ódio que as alimenta. 

Nao vejo outra forma dos seres humanos viverem em harmonia entre si e com a natureza se nao reconhecendo a vida como algo espontaneo e natural que nao precisa de explicaçao ou razao de ser... A funçao da vida é gerar vida... ela gera a si mesma.


Alejandro Trojanillo Excelente!

Rui Takeguma gracias...


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